19 de abril de 2011

Faça um pedido


Em poucas horas a pessoa que vos escreve ficará mais velha. E todo ano sempre acontece alguma coisa que me deixa triste ou estraga meus planos. Antigamente tinha uma certa ansiedade que tomava conta de mim nesses dias. Mas acho que a "idade" e tudo mais fizeram essa euforia se perder.
Enfrentei alguns extremos desde o meu ultimo outono, ou tudo estava lindamente colorido, ou mais branco e vazio que uma folha sulfite. Mas nos últimos meses o que mais procuro é o equilibro, ou o famoso "caminho para felicidade". 
De uns dias pra cá, percebi o quanto essa busca é complicada - lembro de já ter comentado aqui, que me "encontrava sem procurar". Pois é, me perdi nesse meio. E por muito tempo achei que essa busca pertencia apenas a mim, mas vi que não posso trilhar todos os meus caminhos sozinha. E depois de algum tempo ignorando isso, percebi que algumas coisas sobre mim mesma, são mais fáceis de entender se olhar pelos olhos de outra pessoa. E que é preciso sim, ouvir, falar, considerar algumas opiniões; saber abrir mão por mim, e quando necessário, pelos outros. Mas uma voz dentro de mim começou a gritar: "Quando parar de procurar, você vai encontrar!"
Todos os anos eu esqueço de fazer aquele pedido na hora certa, desta vez antes de assoprar as velinhas, preciso me lembrar de ter paciência para ouvir mais e falar menos; descobrir o que eu realmente quero para essa vida e que não seja muito tarde para que eu possa aproveitar; de apreciar mais os sorrisos de quem amo, e dar abraços mais apertados; tomar um porre por ano, porque eu sou feliz, festejar tudo completamente e encontrar alguém que me mostre o caminho para a felicidade. Mas caso essa pessoa não apareça, que eu consiga encontrar meu caminho sozinha e não seja menos feliz por isso. 

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade" - Carlos Drummond de Andrade
   
Parabéns pra mim.



11 de abril de 2011

Infernos


Estou num momento que muitas daquelas crenças que eu sempre desprezei começam a derrubar as minhas portas. Merda! E hoje cai na tentação - depois de muita insistência -  de pesquisar o que é Inferno e Paraíso Astral. Sim, gastei meu tempo fazendo isso. Sempre acreditei em Numerologia mas Astrologia nunca foi meu forte, enfim, hora de mudar.
Estou no meu Inferno Astral e pelas minhas contas, permanecerei "quente", até o dia 20 o/. Mas ta aí, que raios é isso e por que ele afeta tanto o humor?
Pelo que entendi ele marca o final de um ciclo e o inicio de outro, que seria a "troca" para uma nova idade. É um momento para repensar o que foi feito desse ultimo ano e se preparar para o que está por vir, de se doar mais para os bens coletivos e não apenas para o próprio umbigo. E toda essa vontade de fazer mais, ou não saber o que fazer, e as angústias de como tudo vai proceder daqui pra frente, causa uma certa depressão e irritação. 
Ok, é isso então ? Meu inferno esse ano se manifestou que foi uma loucura, e meu paraíso ano passado, foi mesmo um paraíso.
Esse inferno está com os dias contados para acabar e chegarei no paraíso só em setembro. Dai eu me pergunto; que diabos farei até lá? Mas a resposta é quase tão obvia quanto a pergunta. 
Continuarei fingindo que esta merda não existe. 

Boa tarde.

AC/DC - Highway To Hell 

5 de abril de 2011

Sonhe, apenas sonhe.


Quando eu era pequena, tinha uma visão totalmente ilusória do que seria maturidade. Crescer é tão fácil que faz parecer que tudo será colorido para sempre - bom, hoje em dia é né, mas agradeço por não ter existido Restart na minha infância.
Aos dez anos, acreditava que aos 22 seria uma veterinária casada com dois filhos e três cachorros. Aos 15 resolvi que seria uma advogada impiedosa e independente; e tenho que falar: cheguei a dedicar boas horas do meu tempo lendo o código penal, só pra adiantar as coisas. Aos 17 resolvi que seria jornalista, e minha ambição era assumir o posto de Marcos Losekann quando ele se aposentasse - ainda está em tempo, mas a ambição já é outra. Mas aos 20, eu percebi que gosto mais de gente morta do que viva... Ok, CSI mexeu um pouco com a minha mente, mas de fato eu gosto de Ciência Forense e pretendo estudá-la um dia mesmo que seja por diversão. Agora a beira dos 21 resolvi que vou fazer História (sim acredite, eu vou) assim que terminar Comunicação.
Em alguns momentos eu num tenho certeza nem do que quero para o jantar, mas quando era criança sabia exatamente onde e quando queria fazer tais coisas, e de fato as fazia. Agora eu me pergunto: pra onde foi toda essa garra ? Acho que o tempo e as responsabilidades fazem com que a gente se esqueça de sonhar, de acreditar, de ter fé. 
Eu me via com dez quilos a menos, 20 centímetros a mais, um sorriso estonteante e cabelo (ao natural) na cintura! Sonhava em fazer todos os tipos de coisas, de tocar "Hotel California" no violão e aulas de teatro, à atirar e aprender kung fu. A ultima vez que peguei no violão, arregacei com as cordas e estou enrolando o teatro há um mês. Do jeito que sou desastrada posso atirar em mim mesma, mas ainda considero o kung fu. Amava o campo por não conhecer a praia nem o agito da metrópole onde morava. Hoje em dia, não há um fim de semana que passe em casa, a noite me chama e sou 'obrigada' a atender. Gosto do inverno no campo, de não ter sinal no celular as vezes e o som do mar parece me levar a outro mundo. Eu desisti da veterinária faz tempo, com certeza não estarei casada aos 22 porque aos 16 descobri que isso era besteira, mas tenho três gatas gordas e preguiçosas igual a dona! Uma delas é meio nazista, mas isto é um caso a parte. 
Tem aquelas horas que quero estar rodeada de pessoas, todas elas, e cada uma dizendo o quanto eu sou importante e especial. Em outras horas, quero morrer se alguém disser que estou bonita ou algo do tipo. Isso é terrível, mas também não é a questão do momento.
Nos dias atuais é muito difícil manter o foco; o mundo muda, as pessoas mudam, as necessidades, os desejos, tudo é passageiro. Eu realmente espero conseguir fazer tudo que tenho vontade, e as vontades que ainda virão daqui pra frente. E mesmo que fique velha para o kung fu, talvez não fique tão velha assim para o violão. Mesmo que esses desejos algum dia desapareçam, outros virão.
O que importa não é o quanto se deixa para trás, é manter essa inocência e acreditar que dá para mudar o mundo plantando uma árvore. É não desistir de tudo e sair por aí levianamente e sem destino. Algumas pessoas se perdem quando seus sonhos são roubados, outras tentam se perder mas têm medo, e outras, mais sábias, tiram disso a oportunidade parar criar novos sonhos, novas metas, novas compensações. 
Essa é a chave, acredite.