22 de fevereiro de 2011

Vitrù


O ser humano é dotado de virtudes duvidosas. Algumas pelas das quais são incompreendidas, pois o que é direito e bonito para um nem sempre é visto da mesma maneira pelo outro.
Eu me pergunto todos os dias se sou uma pessoa virtuosa. Mas antes disso, a pergunta mais importante: o que de fato é virtude? É ser educado, ter um bom caráter, o dom do perdão, fazer apenas o que está dentro da lei? Cultivar uma família e contatos do "bem", pagar as contas em dia, ir a Igreja?
Isso tudo é relatvo. Como já disse antes cada um vê as coisas por um ângulo diferente - as vezes o que mais lhe convém. Eu por exemplo, concordo com Maquiavel, que a virtude (virtù) está nas conquistas terrenas. Como se deixasse "para acertar as contas mais tarde". Por que praguejar um nome? Cantar aos quatro cantos que faz tudo em nome de Deus, porque Deus quer assim, porque é o certo. Mas o que é certo? Todos nós somos individuos compartilhando uma democracia, onde a maioria visa o próprio bem estar e poucos pensam na coletividade. E acho injusto afirmar que Maquiavel não era um "bom homem". São opiniões e personalidades diferentes. Só discordo com a ideia de "os fins justificam os meios". Acredito que o modo influencia muito mais do que o resultado final. Antes matar com um tiro no coração do que envenenado. O tiro pode doer mais, porém é rápido, evita todo o sofrimento caudado pelo veneno.
Talvez esteja passando a imagem de ser cética ou atéia. Talvez esteja apenas expressando opiniões exageradas. E talvez algum aspirante a filósofo/historiador/politico/padre esteja lendo e discordando totalmente, e isso poderia render horas de discussões sem chegar a nenhuma conclusão. 
Mas voltando à virtude, hoje fui questionada sobre um assunto pelo qual ainda não tinha pensado a respeito: o perdão. É um tema que agrega virtudes, valores e tudo mais. Acho que ainda não encontrei minha resposta. Alguns valores só vem à tona quando precisamos deles, e não em simples suposições. Eu não consigo imaginar minha reação em determinadas situações, pois como Maquiavel, olho o mundo como ele é e não como eu gostaria que fosse. Mesmo pensando superficialmente, quanto ao perdão, sei que o modo como as coisas acontecem sempre vai influenciar a minha decisão e sendo assim, o resultado final. Eu me conheço, sei que é preciso paciência, um pouco de fé nas pessoas e em mim mesma. Talvez isso seja valores, virtudes ou apenas umas qualidades que estou aperfeiçoando. 
Vai saber ...

17 de fevereiro de 2011

Evolução


As vezes no meio da aula ou durante o banho me pego pensando no que escrever aqui quando tiver tempo. Mas então, esse momento vem e toda a minha inspiração se vai. Acho que isso é um problema, ou talvez não esteja mais vendo esse blog como uma rota de fuga para os meus sentimentos... 
Tati Bernardi disse uma vez que: "Publicar um texto é um jeito educado de dizer 'me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu'." Não sei se já escrevi isso aqui, mas grosso modo é o que tenho feito nos últimos meses. Só que um dia nessa semana eu me dei conta que não existe mais uma dor para dividir. Ela simplesmente se foi e me perguntei como pude gastar tanto tempo com ela. Gastar e não perder. Porque de fato eu precisava senti-la para saber que é possivel, que ela existe. 
Faz parte da natureza humana sofrer a longo prazo por algo que não deveria ter tanto crédito. Assim como se fica dias falando da final do BBB ou da modelo/atriz/cantora que está grávida de um empresário casado. Parece que o importante é que todos saibam que sua vida não vai bem. Mais importante ainda do que se estivesse bem. 
Agora, me vejo caindo em contradição depois de publicar várias vezes que estava sentindo falta de algo, que havia perdido algo, ou simplesmente que não estava feliz. Não, eu me lembro de tudo isso e faço uma crítica a mim mesma neste momento. Não adianta ficar remoendo tudo de novo, de novo e de novo. As coisas vem e vão numa velocidade absurda que nem se percebe, apenas acontece. E quando você diz que não vai mais sofrer ou fazer sofrer, por exemplo, antes que possa notar, já está fazendo. E por mais que diga "Não, eu não me importo com isso.", pode ter certeza que se importa, só não quer admitir. Por orgulho, medo ou até mesmo vergonha.
Bom, eu sou assim... pelo menos era. Consegui deixar para trás essa muralha e me tornar um pouquinho mais humana. Ainda me vejo dizendo "Ah, nem ligo" mesmo "ligando", mas faz parte, ninguém é perfeito. Por outro lado, perdi a conta de quantas vezes nessas duas últimas semanas eu disse "Não, sou muito melhor que isso." em  situações que normalmente me deixariam em pânico ou no mínimo agitada e prestes a tomar providências desesperadas. Não que eu esteja relaxada e não faça mais nada que deve ser feito. Apenas estou sendo um pouco mais pragmática visando o resultado, e não atropelando tudo as pressas para mais tarde ter que consertar. 
Chega uma hora que a gente cresce e não precisa ficar se gabamdo porque a sua bicicleta é mais bonita que a do vizinho, ou que seu novo namorado é mais rico e atraente do que a nova do seu ex. Algumas coisas perdem a importância e é preciso saber deixá-las partir e abrir espaço para o que está por vir. 
Portanto, mesmo que o ser humano seja imutável aos olhos de uns; sábios são aqueles que vivem em constante evolução. Porque só assim é possivel perceber a beleza que existe ao redor, mesmo que as vezes ela se esconda. 

14 de fevereiro de 2011

Hommer

Ele era o meu Hommer. 
Tomava cerveja as 8 da manhã, onde encostava já dormia, reclamava de tudo, ria de tudo, era amigo de todos. Meu Hommer fazia de tudo que para que fosse uma garotinha perfeita. Pegava no pé, me fazia andar na linha, era ótimo em sermões sobre como a vida é muito mais complicada do que parece... Foi ele quem me fez ouvir Johnny Rivers e Kenny G. Que me fazia comer coisas que eu odiava - mas com ele eu comia. Ele que me mostrou que tudo é possivel, desde que eu acredite fielmente que seja. Também foi ele quem me fez ser "sociavel" com Deus e o mundo. E devo toodas as minhas amizades acidentais, porém muito bem sucedidas, a ele.
Inestimável é o tamanho da saudade que eu sinto. Da voz, do sorriso, do perfume, ou simplesmente quando ele me deixava sentar no seu colo e ouvir histórias. Bons tempos... Não há um dia que eu não sinta sua falta, que eu não me pegue perdida em pensamentos que me levem até ele e uma lágrima escorre involuntáriamente. Ou simplesmente aqueles dias em que tudo está perfeito, mas não tão perfeito porque ele não está lá, e nem vai estar... Mesmo que ele reclamasse e puxasse minha orelha quando alguma coisa saía do controle, ele era meu Hommer, só meu. E não há nada nem ninguém nesse mundo que mude isso e nem tape o buraco que ele deixou aqui.  

13 de fevereiro de 2011

Tudo Novo de Novo



Minha primeira semana de aula não me deixou tempo para sentar e escrever. Contudo, acumulei o suficiente (ounão) para este post. Estou sob o efeito de uma sexta animada e provavelmente essa publicação só sairá no sábado, ou no domingo. Enfim...
A semana de volta as aulas foi regada de emoção, alegria e um pouco da mesmisse de sempre. Logo no primeiro dia já passei por umas surpresas e sustos, mas faz parte. Claro que ainda num voltou tudo ao normal, ainda num vi muita gente de quem sinto falta, mas aproveitei muito mais das minhas aulas do que imaginava. Semana que vem acho que as coisas começam a andar de verdade. Tive a sensação de que faltava alguma coisa, mas não consegui achar o que. Lembro de ter comentado sobre um "semestre divertido", e sim, acho que vai rolar. Se todas as semanas forem no rítimo dessa, está ótimo. Bom, vamos ver.
No meio da semana, me vi chamando por um nome e me surpreendi por ele ter atendido tão rápido. E então, foi ai que eu percebi que por mais que tenha gritado à plenos pulmões que não queria isso pra mim tão cedo, estou me jogando de novo. Claro que com um pouco mais de cautela que o normal, mas estou indo, escorregando...
Depois que anos desprezando esse tipo de relação, tomei consciência que faz parte e talvez até seja um "mal necessário". É bom porque tras emoção a vida; nos deixa mais livres e confiantes, dá motivação e faz todos os problemas se tornarem apenas equações fáceis de resolver. Só é ruim quando se passa a viver em função de um coração que não bate em você, quando tudo só anda ou pára se o outro lado está feliz. Porém, é como eu disse, um pouco de cautela, paciência, juízo e menos alcool sempre ajudam.
Bom, os próximos dias tendem a ser meio sombrios. E talvez eu escreva todos os dias para dizer que estou "down" mas juro que tentarei não fazer isso. 

(...) 

3 de fevereiro de 2011

Acabou !


Fim das férias. Passou rápido, porque na verdade as minhas foram um pouco mais curtas do que eu planejei. Mas todo o "trabalho" ajudou a me distrair. Eu me perdi e me achei em muita coisa nesses quase dois meses, coisas que eu mesma não entendo e outras que entendo até demais. 
Agora, com aulas para recomeçar eu me vejo na expectativa de que esse será o melhor, porém mais trabalhoso semestre. Não sei por que, mas é a sensação que tenho. Logo menos vamos começar a trabalhar no TCC e algo me diz que passarei muito tempo me dedicando a isso, porque ainda não tenho noção do que vou fazer. Fora isso, sinto falta da euforia da minha turma; de chegar de mau humor e todos estarem felizes, ou chegar feliz e todos estarem de mau humor; sinto falta do Uno adulterado no intervalo - isso faz muito tempo; de tagarelar com Barbara e o Ricardo o tempo todo e claro, de fazer a minha famosa social todas as sextas. Enfim, quero muito voltar; tenho muita coisa em mente e preciso me ocupar com assuntos mais úteis.
Voltando as férias; dessa vez não aconteceu nada de extraordinário, como geralmente acontece. Eu não viagei e passei a maior parte dos meus dias se não com as crianças, sozinha andando por ai. Mas mesmo assim, estive em lugares onde eu nunca me vi, conheci pessoas que adicionaram muito na minha vida, mesmo que em pouco tempo. Fiz muito do que deveria ter feito pouco, e pouco do que deveria ter feito muito. Cometi umas gafes estúpidas demais, mas segundo Leonard Mlodinow "talvez tenhamos evoluido para evitar o primeiro erro ao custo de, às vezes, cometer o segundo." E assim, vou aprendendo aos tropeços como sempre. Mas não posso reclamar. Essas férias foram no mínimo, educativas. 
Um dia desses me peguei estarrada no meio quarto, cantando como se o mundo fosse acabar. Então eu percebi que muita coisa estava fora do lugar; coloquei em ordem em menos de duas horas. O problema, é que ainda tem muita coisa fora do lugar. Mas como diz a minha guru "com o tempo as coisas se resolvem". É, vamos ver... 
As crianças vão embora e nem quero pensar na falta que vou sentir. Não vou dizer que foi extremamente facil, nunca é. Mas sempre quando elas se vão, eu fico com a sensação que poderia ter feito mais. Acontece. 
Enfim, mesmo sabendo que muita coisa vai ser conturbada esse semestre, já me preprarei pra tirar umas folgas do universo. E caso não aconteça, tenho milhões de férias pela frente. E o que eu não fiz nessas, tenho a vida toda pra fazer. Sem pressa...