10 de julho de 2011

Dançando com Marlon Brando

A intenção inicial era relacionar Alfred Hithcock ao meu fim de semana, porém, mudei de ideia. 
Então, vamos falar de Marlon Brando e "O Ultimo Tango em Paris", filme de 1972 dirigido por Bernardo Bertolucci. Boa fotografia; uma cena extremamente escura seguida por uma bem iluminada. Ótima atuação de Brando nos momentos em que explodia e depois permanecia em um silêncio absurdo. Ou no monólogo sobre um cachorro. E claro, temos Maria Schneider e toda a sua paixão, obsessão e indecisão.
Certo, o roteiro: admito que esperava um pouco mais, não sei porque. O casal se conhece ocasionalmente em um apartamento que ambos pretendem alugar. Ela, uma jovem parisiense cheia de alegria e "livre" e ele, um americano de meia idade sofrendo o recente suicídio de sua mulher. Ali mesmo, nesse primeiro "encontro", nasce entre eles uma atração física e logo resolvem usar o apartamento apenas para manterem suas relações sexuais. A única regra é não mencionar nada de suas vidas particulares nem mesmo seus nomes. Porém, com o passar dos encontros, Jeanne (Schneider) se envolve emocionalmente. 
Em vários momentos, Paul (Brando) é um completo "velho tarado". Mas em outras tomadas, chega a ser sensível. E talvez tenha sido isso que me prendeu na frente da tela; a curiosidade em saber até onde chegaria esse "romance". Algumas cenas e também alguns diálogos são um pouco fortes, como o que procede o momento em que Paul pede a garota que corte as unhas da mão. Aí, ambos são pesados para assistir numa doce tarde de sábado, como foi o meu caso.
Contudo, o final me pegou distraída e ainda inebriada com a cena do casal bêbado em um salão onde acontecia um concurso de tango. Após alguns desencontros, Paul decide recomeçar a história com sonoros "Eu te amo" e contando toda a sua vida. Isso assusta Jeanne que termina o romance e foge do amado. E então temos aí um final que merece ser assistido diversas vezes, apenas pela atuação muda de Brando.
Apesar de o filme não ter ficado na minha lista de os 10 mais (que já está em 15) eu recomendo, por ser Brando, por ser Paris, e por ter frases como "Envelhecer é um crime". 

Vamos ser crianças e brincar de adultos ! 
Até breve :) 

6 de julho de 2011

Filme: Os Reis do Iê Iê Iê (1964)

Vamos começar com um clássico. Ok, por que Beatles ? Porque consigo contar nos dedos as pessoas que conheço que não gostam deles, ou resistam a tentação de balançar a cabeça e cantar junto quando ouvem canções como "She Loves You" ou "All My Loving". Enfim... Filmes em preto e branco fizeram a história do cinema, porém a partir da década de 50 - se não estou enganada - as cores ja davam vida às telonas. Foi escolha escolha do diretor Richard Lester fazer o filme as antigas. Ao meu ver, temos aí um puta golpe genial. O longa começa com os 4 Beatles fugindo de uma manada fãs enlouquecidos - e um pouco exagerada - ao som da música que dá nome ao filme ("A Hard Day's Night", na versão original). Em vários momentos perdemos Paul de vista mas todos se encontram sãos e salvos logo após, no trem. Algumas cenas, de tão perfeitas me fizeram pausar o vídeo e questionar se aquilo havia sido improvisado ou ensaiado. Como a sequência de Ringo perambulando pelas ruas com uma câmera fotográfica nas mãos até acabar preso por vagabundagem; ou dos quatro brincalhões festejando a liberdade num campo ao som de "Can't Buy Me Love" e fugindo da polícia com a mesma música de fundo. Como todo musical, acaba com a grande apresentação. Mas eu gosto mesmo é de um dos ensaios: quando todos eles se juntam e tocam "I'm Happy Just To Dance With You" frente a frente, se olham com aquele ar de riso que diz "É, nós gostamos mesmo de fazer isso juntos". Triste pra quem viu a banda acabar pouco depois. Aprendi a gostar de Beatles com meu pai e meu tio avô, há muito tempo. Não sei, mas as vezes tenho a sensação de que as melhores lições aprendemos mais jovens do que imaginamos... 
Por hoje é só, no próximo post vou escolher algum da minha lista de diretores. 
Até mais =)

5 de julho de 2011

Reformas


Após uma ausência muito bem justificada, estou de volta! Em uma angustia absurda de mudar as coisas.
Andei muito por ai observando todo tipo de gente que encontrei pelo caminho; mais do que reparar nelas, é olhar o que las fazem e como fazem. Vi que nunca encontro alguém lendo um livro que eu já li (sempre há pessoas lendo coisas como "A Cabana" e nunca leem Dostoiévski), ou estão comentando sobre novela ou do novo filme daquele mega astro global absurdamente lindo, mas nunca sobre o documentário fodido que ganhou o Oscar. Até as Tvs nos ônibus passam compactos de novelas no lugar de passar informação para quem não tem muito tempo, como se vê no metrô. Então eu sempre me pergunto a mesma coisa: eu que sou diferente, ou todo mundo que é igual?
Independente da resposta eu resolvi mudar esse blog de "Meu querido diário.." para algo construtivo como "Veja isso". Mais digno de quem faz Jornalismo e vai ser formar em pouco mais de um ano.
A ideia inicial é escrever sobre aquilo que eu acho que entendo para quem quer que seja. Um primeiro texto já está em edição, aguardem novidades logo menos.
Leiam jornal, crianças ;)