15 de janeiro de 2011

Butterfly



Mais uma vez eu me peguei perdida em pensamentos que não são mais meus.
Me perguntando se houve algum momento em que eu deixei minha luz escapar, ou passei o brilho para outro. Enfim, são aquelas coisas que nunca temos respostas. Do mesmo modo que eu não entendo como uma criança pode sentir o que se passa no coração de alguem com um simples olhar. 
Estou com as minhas meninas essa semana; passo os dias assistindo desenho animado, fazendo cabelo em bonecas, desenhando no final da tarde e cuidando pra que elas fiquem felizes. Criei minha trilha sonora na base de voz e violão para que elas não insistam em escutar Justin Bieber (e já aprenderam a cantar Jason Mraz). Me sinto uma irmã mais velha brincando de mãe. Cuidando, colocando pra dormir, fazendo cócegas e as vendo sorrir. Sei lá, essa vida tá me fazendo bem.
E no meio disso eu percebi que tem algo nelas - algo que nós mais crescidinhos já não sentimos mais -, uma sensibilidade além do comum. Como se elas vissem através de mim, e entendesse mais do que eu mesma o que se passa na minha cabeça, no meu coração. É estranho; um dia desses me trouxeram o desenho de uma familia que significou muito mais do que um simples "rabisco". E estão sempre me vendo como uma borboleta. Pra mim, isso simboliza o meu desejo de liberdade, de voar e encontrar outros caminhos, mesmo que essa aventura não dure muito tempo.
Não sei, talvez eu esteja vendo demais onde há apenas a inocencia de uma criança. Talvez não. Mas tudo isso me faz querer ser mais do que eu sou, me faz ver as coisas de uma maneira simples. A resposta pra tudo está escondida nos pequenos detalhes da vida. Meus detalhes estão cada vez maiores, e as perguntas cada vez mais sem sentido. E acho que talvez seja mesmo a hora de voar pra longe, me perder, me achar. E sozinha, pois a unica pessoa que pode me entender sou eu mesma. 

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