19 de janeiro de 2011

De Todo Meu Coração


Um dia desses escrevi que estava de coração aberto, mas por algum motivo sinto que ele está se fechando.
Apesar de toda a agitação dos ultimos dias, tenho me sentido sozinha. E por mais que eu queira ver gente, na maioria das vezes eu evito; fujo, me escondo, finjo que não existo. Acho que estou com transtorno bipolar. Uma hora está tudo muito lindo e depois vai agua abaixo. Para alguns minha vida é um livro aberto, para outros sou uma incognita. Precisava dormir, sonhar e só acordar quando toda essa tempestade de verão acabar. Me lembrei dos contos de fadas, em que a princesa passava 100 anos dormindo a espera de que seu principe encantado chegasse num cavalo branco. Cem anos de sono conservariam sua beleza e juventude. Se fosse assim... 
Minha vida não é um conto de fadas; não tem madrasta má, anões, ogros, muito menos fada madrinha e poções do amor. Nem meu principe vai chegar num cavalo branco - isso se chegar. Mas considerando que chegue; é bem provavel que apareça num dia comum, de moletom, jeans e tenis sujo. Considerando o fato de eu ser desastrada; talvez pise nele no metro, derrame bebida na sua camisa em um bar ou simplesmente o atropele quando ele vier na bicicleta - sim, tenho o péssimo hábito de atropelar ciclistas. Considerando ainda que sou muito desatenta para essas coisas, é bem provavel que eu nem olhe para ele. O ultimo só aconteceu porque ele me encontrou (coincidentemente, pois sua intensão não era a mim, que fique claro), caso contrário, eu nunca teria notado sua existência. Mas se continuar me escondendo assim, talvez ninguém mais me ache.
Agora por exemplo; estou bem longe de casa, sentada num canto isolado olhando ao redor tentando me concentrar n'O Andar do Bêbado, mesmo que tudo esteja mais para Ilha do Medo. Observo de longe o vento bater na copa dos coqueiros. O céu está parcialmente limpo e as poucas nuvens cinza trarão chuva mais tarde. Sentada aqui com algumas besteiras e minha garrafa de cerveja quase vazia (mas tudo bem, tem mais), fico pensando: Se tudo estivesse nos eixos e meu trem não tivesse descarrilhado, eu estaria aqui hoje, bebendo?
Eu devia parar de beber, eu preciso parar. Mas no momento é a melhor compania para inebriar a mente; fria, silenciosa e amarga. A única que não me dá ordens ou algo do tipo. Ordens... tenho pensado muito no meu Hommer, muito mesmo. Duvido que ele aprovaria tudo que eu tenho feito ultimamente, o que faço desde quando ele se foi. Incrivel que algumas coisas, querendo ou não, foi ele quem me ensinou. Mas como eu sinto falta! A única pessoa que me fazia andar na linha com um simples olhar... 
Mas isso não é sobre ele, é sobre mim. Acho que este é o post mais sincero de todos, o mais "de peito aberto". Sentei e comecei a escrever, e mesmo publicando horas depois o sentimento ainda é o mesmo. Pelo menos ainda consigo escrever com o coração.
Estava pensando; será que serei uma boa jornalista? O Sr. Moretti costumava dizer que a maioria encontrava inspiração no meio da noite, em frente ao computador, com uma xícara de café, um cigarro e silêncio. Eu sou tão diferente; preciso de papel e caneta, luz do dia, uma cerveja, chocolate e boa musica (agora estou ouvindo Smiths). 
Depois de ler e ver Marley & Eu, comecei a achar que tenho futuro para colunista, não sei. Era fã de politica no colegial mas agora nem tanto. Tenho lido muito sobre História. De repente todos os meus amigos querem ser historiadores e estou pegando um pouco da febre. Mas gosto mesmo do cotidiano, analisar fato a fato e as opiniões um a um. E claro, esporte!
Enfim, estou inspirada demais hoje e não vou terminar de maneira poética. Apenas com o trecho de uma musica que tocou na minha cabeça o dia todo, mesmo que eu não a escute muito ultimamente, e só Deus (ou não só Ele) sabe o porque.

"Parece que isso não é novidade, e que não tenha sido por um tempo, Você acorda no outro lado , e tenta forçar um sorriso, O conto de fadas dentro de sua cabeça, se tornou seu novo melhor amigo, Mas posso assegurar-lhe, que eu vou estar lá antes que a história termine."  (Every Breath - Boyce Avenue)

E o aprendizado do dia foi: "Não há causa perdida." 
 
 

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